Farinha pouca, meu pirão primeiro
José Angelo da Silva Campos
O fisiologismo reina no meio político brasileiro e destrói qualquer ação de fortalecimento dos partidos políticos.
Bom seria termos partidos que ofertassem aos eleitores uma opção clara e uníssona dos objetos desejados pelos princípios estabelecidos em seus estatutos.
A negociata com o único objetivo da manutenção no poder, ou da obtenção ardil de vantagens sucintas, mas perniciosas, permite chocar até o meio científico promovendo a mistura de água com óleo.
Temos sido obrigados a assistir a um partido abdicar de apresentar candidatos à eleição, para que confortavelmente sentado sobre o muro, decida no remate vincular-se ao propenso vencedor do pleito, ou simplesmente formar coligações filosoficamente impossíveis, unindo pensamentos divergentes, com um único e claro objetivo: “não largar o osso”.
O que nós, pobres mortais, auferimos de concreto para o benefício da coletividade e da democracia com essa atitude ignávia dos nossos políticos?
A república não merece carregar o peso desse fardo. A coisa pública clama por respeito e seriedade aos seus tutores e pretensos candidatos.
O cidadão de bem precisa sacrificar-se, correr o risco e, democraticamente, infiltrar-se nos partidos políticos e, blindado pelo seu caráter, promover as mudanças necessárias para que tenhamos na política partidária como objeto primordial os interesses da coletividade.
A nossa omissão tem um preço e esse preço é alto e está sendo cobrado, principalmente, daqueles que por força da injustiça social que assola nosso país vivem na ignorância dos seus direitos fundamentais.
A farinha é pouca, mas a fome é muita. Alimentemos os famintos com o saber e protejamo-los com nossa ousadia.
O processo de democratização pode ser longo, mas a conscientização do povo é urgente e necessária. Façamos a nossa parte.
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