domingo, 23 de dezembro de 2012

VINDE A MIM AS CRIANCINHAS!


Vinde a mim as criancinhas!

José Angelo da Silva Campos

 

Neste Natal somos novamente exortados a aceitar participarmos do Reino de Deus.

O Senhor que nesta festa oportuniza de forma contagiante, através do espírito de caridade, a sentirmo-nos tocados pelo Amor de Deus, dá a receita:

Ser puro de coração como as criancinhas.

Ao vislumbramos a evolução humana podemos observar que as mudanças sempre acontecem, nem que sejam na nossa aparência física, independente do nosso querer.

Vamos festejar a família e abrir nosso coração à caridade. Mas aproveitemos a oportunidade para deixar fluir a criança que há amordaçada dentro do nosso peito.

Libertemos em nós a sinceridade da pureza e a autenticidade da espontaneidade que permite o domínio do amor em nossas vidas.

As mudanças físicas, profissionais e até de comportamento acontecem com mais frequência em nossas vidas, seja pela força da natureza, seja por uma atitude nossa.

Porém, a mudança necessária para que ofertemos o melhor presente a Jesus, precisa acontecer no interior da nossa alma, para que possamos exclamar com a sinceridade de uma criança:

Ele está no meio de nós!

Feliz Natal!

 

sábado, 15 de dezembro de 2012

DOIS CAMINHOS


 

Dois Caminhos

José Angelo da Silva Campos

 

 

Deus se fez homem nascendo do seio de uma mulher para salvar a humanidade. O menino-Deus nasceu humilde e o primeiro sopro de ar que encheu seus pulmões estava carregado com o odor natural de um estábulo.

O Senhor, Rei dos Reis, quis sentir-se o menor e mais humilde de todos os homens. Quis depender essencialmente da caridade e da compaixão alheia para crescer. Cultivou no canteiro do seu coração a sinceridade do olhar faminto, a fidelidade da dor compartilhada e a humildade da entrega pura e verdadeira de quem ama incondicionalmente.

O Senhor nascido como nós, vivido no meio de nós, quis morrer como nós, porém, com uma morte humilhante e salvadora.

Pela sua morte, como oferta em sacrifício, pagou a divida da humanidade. Sendo o Senhor todo homem e todo Deus, num sacrifício perfeito, redimiu todo o pecado do mundo, elevando-nos à condição de filhos de Deus, restituindo-nos o acesso à casa do Pai.

dois caminhos, somente um conduz à vida plena. Esse caminho tem nome, e seu nome é Jesus. Tudo é questão de escolha.

Escolher o caminho de nome Jesus é caminhar descalço sobre pedras pontiagudas como quem flutua sobre as nuvens; é enxergar flores e pássaros no horizonte de um deserto; é conseguir ver no mal o bem, no fraco o forte, na morte a vida.

Qual caminho estamos trilhando?

O ano tem 365 dias, desses, um é dedicado ao renascimento de Jesus no nosso coração. É natal, dia de paz, dia de reflexão. Esse é o dia em que decidimos fazer algo de bom. Queremos ser caridosos, porém a caridade é expressão de amor, não pode ser ato isolado que se perca no esquecimento sem transformar aquele que a praticou.

Enchemos a boca para dizer que somos discípulos de Jesus Cristo e muitas vezes não podemos sequer nos comparar a Judas, que foi discípulo e traiu Jesus, pois quando enganamos a nós mesmos fingindo-nos cristãos, endeusando a nossa imagem, vivendo preocupados com a opinião dos outros, usando a caridade para cumprir costumes natalinos sem qualquer transformação da nossa vida, afastamo-nos da Luz e nos tornamos prisioneiros do imediatismo e da eleição do prazer como supremo bem da vida humana.

Jesus nasceu, morreu e ressuscitou para renascer dentro de nós.

Hoje vivemos o natal. O natal de Jesus em nossa vida.

Jesus é uma semente que precisa de terra fértil e cuidado diário, reguemos todos os dias essa semente com caridade, desprendimento, franqueza, honestidade, fidelidade, paz e muito amor, ou aguardemos o próximo dezembro para semear Jesus no nosso coração.

Mas lembremo-nos, Jesus nasceu humilde, morreu e ressuscitou, deixando-nos a promessa da sua vinda gloriosa quando julgará a todos nós, e o nosso tempo é agora.

Amanhã pode ser tarde.

dois caminhos.
 
Um se chama Jesus.

 

domingo, 28 de outubro de 2012

APROFUNDANDO, FÉ E POLÍTICA


Aprofundando, Fé e Política

“O homem não pode separar-se de Deus nem a política da moral”

São Tomás Moro – Padroeiro dos Governantes e dos Políticos

José Angelo da Silva Campos



A resposta do homem a Deus – Por sua Revelação. “o Deus invisível, levado por seu grande amor, fala aos homens como amigos, e com eles se entretém para os convidar à comunhão consigo e nela os receber”¹. A resposta adequada a este convite é a fé.

Pela fé, o homem submete completamente sua inteligência e sua vontade a Deus. Com todo o seu ser, o homem dá seu assentimento a Deus revelador². A Sagrada Escritura denomina “obediência da fé” esta resposta do homem ao Deus que revela³. (Catecismo da Igreja Católica – 142-143) (¹Constituição Dogmática Dei Verbum-2 / ²Constituição Dogmática Dei Verbum-5 / ³Carta ao Romanos 1,5)

O Catecismo da Igreja Católica ensina sobre a obediência da fé dizendo:

"Obedecer (‘ob-audire’) na fé significa submeter-se livremente à palavra ouvida, visto que sua verdade é garantida por Deus, a própria Verdade. Desta obediência, Abrahão é o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe, e a Virgem Maria, sua mais perfeita realização." (144)

A palavra obedecer vem do verbo ouvir. É um ouvir maior que simplesmente escutar. É um ouvir com adesão livre à palavra ouvida.

Deus nos fala como amigos e a amizade é reciprocidade de afeto, portanto, Deus ama o homem e é necessário que o homem o ame de volta para que a amizade se concretize.

A virtude da fé é uma virtude teologal, ou seja, ela é infundida no coração do homem pelo próprio Deus. Desta forma, o homem é completamente dependente de Deus, podendo ser comparado até mesmo a um mendigo. Até mesmo a fé que Deus espera que o homem lhe retribua é uma virtude que deve ser recebida Dele. É por isso que o Catecismo elenca algumas características da fé:

1.       - a fé é uma graça, "é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele" (153);

2.       - a fé é um ato humano, "na fé, a inteligência e a vontade humanas cooperam com a graça divina: crer é um ato de inteligência que assente à verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça." (155);

3.       - a fé está relacionada à inteligência, o homem crê "por causa da autoridade de Deus que revela e que não pode enganar-se e nem enganar"; "o assentimento da fé não é de modo algum um movimento cego do espírito" (156);

4.       - a fé é certa, "mais certa que qualquer conhecimento humano porque se funda na própria Palavra de Deus que não pode mentir. [...] as verdades reveladas podem parecer obscuras à razão e à experiência humanas, mas a certeza dada pela luz divina é maior que a que é dada pela luz da razão natural" (157);

5.       - a fé procura compreender, "é característico da fé o crente desejar conhecer melhor Aquele em quem pôs a sua fé e compreender melhor o que Ele revelou; um conhecimento mais penetrante despertará por sua vez uma fé maior, cada vez mais ardente de amor"; "eu creio para compreender, e compreendo melhor para crer (Santo Agostinho)" (158);

6.       - a fé não se opõe à ciência, "portanto, se a pesquisa metódica, em todas as ciências proceder de maneira verdadeiramente científica, segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus" (159).

A fé está relacionada com a inteligência, é preciso conhecer as razões para se crer, porém, a razão não gera a fé. Ninguém pode ser constrangido a crer por nada nem por ninguém. A fé deve ser livre. É por isso que Deus se esconde do homem, porque, caso se mostre, a liberdade humana cai por terra. O homem deve amar a Deus livremente, por meio de um ato de fé. Desta maneira, é sempre possível que não se creia - esta é a verdadeira liberdade. Diz o Catecismo:

"Com efeito, Cristo convidou à fé e à conversão, mas de modo algum coagiu. ‘Deu testemunho da verdade, mas não quis impô-la força aos que a ela resistiam. Seu reino... se estende graças ao amor com que Cristo, exaltado na cruz, atrai a si os homens." (160)

A fé é razoável, é inteligível, mas não é algo que se possa provar racionalmente, de forma apodítica, irrefutável. Assim sendo, que cada um possa renovar seu ato de fé, conscientes de ser imprescindível à dignidade humana "prestar, pela fé, à revelação de Deus plena adesão do intelecto e da vontade e entrar, assim, em comunhão íntima" (155) com Deus. (Texto extraído “ipsis litteris” do Curso de Catecismo – Aula 16 – www.padrepauloricardo.org )

Portanto, sendo a fé uma adesão de livre vontade, uma resposta do homem a Deus, um ato consciente permeado pela inteligência e fundamentado na certeza da realização daquilo que se espera, torna-se intrínseca ao fiel, inseparável da orientação do seu pensamento.

Aquele que se torna obediente na fé, escuta com todo o seu coração e adere radicalmente ao Caminho, à Verdade e à Vida, respondendo ao convite de comunhão com Deus, confessando sua fé em um só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.

A fé que vincula o homem a Deus torna-o inseparável Dele e de tudo que significa sua amizade. Essa amizade que por si propõe a troca de afeto, Deus nos ama e a ele respondemos com o amor, através da vivência da caridade e na esperança.

Esse vínculo de livre vontade que a fé estabelece, torna-nos comprometidos com a coerência entre a fé e a vida, entre a cultura e o Evangelho, cumprindo a exortação aos fieis feita pelo Concílio Vaticano II “a cumprirem fielmente os seus deveres temporais, deixando-se conduzir pelo espírito do Evangelho. Afastam-se da verdade aqueles que pretextando que não temos aqui cidade permanente, pois demandamos a futura, crêem poder, por isso mesmo, descurar as suas tarefas temporais, sem se darem conta de que a própria fé, de acordo com a vocação de cada um, os obriga a um mais perfeito cumprimento delas”.

A política, como arte ou ciência de governar, requer compromisso e responsabilidade daqueles que assumem o poder e daqueles que o outorgam, em manter como centro de todas as ações e pensamentos a pessoa humana.

27Deus criou o ser humano à sua imagem... 28E Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão’.” (Gn 1, 27-28)

A democracia é o regime político que melhor exprime a participação popular, porém seria frágil e antagônica ao seu conceito se não tivesse como fundamento a centralidade da pessoa humana.

Por ser o símbolo da liberdade plena, a democracia vem sendo alvo de um relativismo cultural que passa a excluir do centro do seu fundamento a pessoa humana, para exaltar uma liberdade que estaria mais próxima de uma anarquia, cujo individualismo e a sobrepujança dos desejos pessoais excluem a essência da ordem moral que diz respeito ao bem da vida.

Sob a égide da defesa da consciência individual e da laicidade, o relativismo cultural tenta impor ao fiel a mitificação de que os princípios que norteiam a fé cristã seriam incompatíveis com o exercício da política, fato que levaria o fiel a viver duas vidas, dois propósitos, um da fé religiosa com seus cultos, doutrinas e tradições morais e outro da vida natural cujo princípio moral perde sentido a cada imposição da satisfação dos desejos de pequenos grupos em defesa dos seus direitos individuais.

O homem não pode despir-se da sua fé para viver qualquer situação da sua vida comum.

O homem de fé deve satisfação ao compromisso livre e consciente que fez ao convite de Deus, o qual ele responde com a sua adesão ao propósito de seguir, por amor, o Caminho, a Verdade e a Vida que é Jesus Cristo, prestando obediência (ob-audire) com os ouvidos desobstruídos pelo poder do Espírito Santo, aos mandamentos da lei de Deus, assim resumidos em Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Portanto, por obediência e amor a Deus, o fiel deve conduzir suas ações com o objeto do bem comum, centralizando a pessoa humana e a vida como beneficiários naturais, pré-questionando sempre se o ato ou omissão tem como resultado o benefício da humanidade.

A uma “anarquia moral” seremos conduzidos se abdicarmos da coerência da nossa consciência cristã em nome do respeito da consciência individual, assim manifesta a Congregação para a Doutrina Da Fé em Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política (Roma, 24 de novembro de 2002):

Nas sociedades democráticas todas as propostas são discutidas e avaliadas livremente. Aquele que, em nome do respeito da consciência individual, visse no dever moral dos cristãos de ser coerentes com a própria consciência um sinal para desqualificá-los politicamente, negando a sua legitimidade de agir em política de acordo com as próprias convicções relativas ao bem comum, cairia numa espécie de intolerante laicismo. Com tal perspectiva pretende-se negar, não só qualquer relevância política e cultural da fé cristã, mas até a própria possibilidade de uma ética natural. Se assim fosse, abrir-se-ia caminho a uma anarquia moral, que nada e nunca teria a ver com qualquer forma de legítimo pluralismo. A prepotência do mais forte sobre o fraco seria a consequência lógica de uma tal impostação. Aliás, a marginalização do Cristianismo não poderia ajudar ao projeto de uma sociedade futura e à concórdia entre os povos; seria, pelo contrário, uma ameaça para os próprios fundamentos espirituais e culturais da civilização.

Fé, é adesão por convicção consciente e plenitude da obediência ao convite de Deus e política, é ciência e arte da governança e do relacionamento humano na administração do bem comum.

O princípio e fundamento da fé cristã é Jesus Cristo, o amor.

Para que a política, seja na governança ou nos atos públicos do nosso dia a dia, administrando ou outorgando poderes pelo voto, tenha verdadeiramente por escopo o bem comum, ela não pode afastar-se da moral e nem o homem que a promove afastar-se da fé que o une a Deus.

Fé e política, união pelo objeto do amor, ambas desejam o bem comum, a fé promove no homem os impulsos para que aja politicamente com respeito aos princípios do amor, fiel a Jesus cristo.

Quando o fiel abre mão dos princípios da fé cristã em prol da política, ele está abdicando da sua fé, e em questão de fé não há meio termo, é tudo ou nada.

A omissão, o silêncio do fiel frente à política contrária ao bem comum, tal qual a abdicação dos princípios morais da fé cristã para a adesão à política, também representa o abandono a Jesus Cristo por inteiro.

A vida do fiel cristão é cristocêntrica, mesmo nos deslizes a presença central de Jesus Cristo é que o fará reerguer-se e retomar o Caminho que o leva à Verdade.


Fontes consultadas:

Catecismo da Igreja Católica / Curso de Catecismo da Igreja Católica do Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior – Arquidiocese de Cuiabá-MT – www.padrepauloricardo.org / Congregação para a Doutrina da Fé – Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política – Roma 24/11/2002 – www.vatican.va / Bíblia Sagrada – Tradução da CNBB / Carta Encíclica Fides et Ratio Do Sumo Pontífice João Paulo II- Roma, 14/09/1998 / Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina – Roma 18/11/1965 Papa Paulo VI.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MANIFESTO REPUBLICANO
José Angelo da Silva Campos
No meu silêncio assisti entusiasmado o envolvimento fascinante dos usuários do facebook na nossa maior manifestação de cidadania, o pleito eleitoral.
Quebro meu silêncio para conclamar a todos que dêem sequência ao debate e que ele não fique restrito a esse período.
Os excessos cometidos por alguns, ficam na conta da paixão. Mas a arte do debate sai, com certeza, vitoriosa.
“É pois, — começou o Africano, — a República coisa do povo, considerando tal, não todos os homens de qualquer modo congregados, mas a reunião que tem seu fundamento no consentimento jurídico e na utilidade comum. Pois bem: a primeira causa dessa agregação de uns homens a outros é menos a sua debilidade do que um certo instinto de sociabilidade em todos inato; a espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição que, mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum.(...) – da obra DA REPÚBLICA de Marco Túlio Cícero – 51 AC

A República clama, a liberdade aspira e a democracia incita todos ao debate, mesmo que filosófico (por que?), para que o apoio comum nos torne verdadeiramente responsáveis pela coisa pública.
É esse sentido de responsabilidade (o que eu tenho a ver com isso?), que como do nada nos envolve numa discussão, muitas vezes sem sentido, sobre o que é melhor para a sociedade.
A República exige de nós essa participação ativa. Uma participação que estamos aprendendo aos poucos como exercê-la.
Não nos esqueçamos dos corajosos cidadãos que expuseram sua imagem para que o teatro da vida real acontecesse.
Não importa a formação, a República se abre desde o analfabeto ao doutor e mestre; não importa o sexo ou opção sexual; não importa a etnia; não importa a condição financeira ou social.
São todos eles os verdadeiros representantes do povo. Dentre eles há o honesto, mas há também o desonesto e mal intencionado.  
A democracia lança a sorte ao julgo do povo.
Esse é o momento de agir com juízo de valor.
O debate não pode parar.
Que os cidadãos, em especial os jovens, dêem prosseguimento ao debate de idéias, seja no facebook, mas que ali não fique restrito. Expanda-se a discussão para as salas de aula, reuniões das comunidades e associações, na praça pública.
A participação na formação das idéias e na discussão dos valores éticos inerentes à coisa pública deve aguçar o nosso desejo em participar, participar de verdade, dos Conselhos Municipais.
Os Conselhos Municipais representam a ação direta do poder do povo na administração Pública.
Que a nossa voz não se cale jamais.
A República agradece.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

DAR FRUTOS


DAR FRUTOS

José Angelo da Silva Campos

Mostrou-se a mim o meu Senhor.

Arou a terra donde me alimento, podou os ramos, deixando-me despido das folhas velhas e rancorosas, aguou meus pés com a humildade, na certeza plena do meu renascer, mandou-me o sol e também a chuva na medida certa para florescer.

Deixou-me apenas uma missão, a de dar bons frutos.

Lembrei que um dia fui apresentado a Deus como seu filho no batismo. Que na catequese conheci a Sua Igreja. Que crismado assumi expandir o Seu Reino. Que na primeira Eucaristia, como o pão e o vinho no milagre da transubstanciação, transformei-me em comunhão com Ele e com toda a Igreja. Descobri que com tudo isso que recebi de graça, florescido, os frutos fiquei devendo.

De que valeria dizer-me batizado, crismado, cristão, católico se não produzi frutos de amor e de justiça a serviço de Deus e dos irmãos?

Hei de anunciar o Senhor e seu Reino e não temerei em assumir a missão que me cabe de contribuir para a transformação da sociedade. Levarei Jesus a todos com quem convivo, pela palavra e pelas minhas ações.

Dar frutos é o que ele me pede.

Sou imagem, semelhança e filho de Deus por Jesus Cristo. Deus é amor e o único fruto que posso dar é o amor, cabendo a mim, somente a mim, escolher:

Ou faço de conta que tudo o que vi e ouvi foi imaginação e passo pela vida na omissão, no egoísmo e no apego às coisas finitas, ou deixo o Amor de Deus agir em meu coração fomentando em mim a vida plena no amor e na caridade, sem medo de transformar os ambientes, cumprindo assim o compromisso com o Reino de Deus.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A PELEIA DA VIDA


A Peleia da Vida

José Angelo da Silva Campos



O meu caminho é calçado pelas pedras das minhas atitudes e desvirtuado pelas curvas da minha omissão.

Prefiro a falsa fama de cavaleiro andante e sonhador a perecer no marasmo da covardia daqueles que esperam pelos heróis para obter suas conquistas.

A minha amizade não abona suas atitudes, seja reto e não sofrerá o incômodo da sinceridade.

A parrésia faz parte do meu perfil, pois aprendi a não temer a verdade, mesmo que por ela eu sofra na carne.

A sua covardia provoca em mim o pior dos sentimentos, a pena. A sua insistência em transformar-me em massa de manobra, total indiferença. A sua dor pela injustiça, a minha compaixão.

Nasci, sou guerreiro. Vivo, sou corajoso. Se para viver devo negar meus princípios, minha fé e minha coragem, prefiro a morte.

A vida é dádiva divina, aceita nossas derrotas pela nossa capacidade de sorver delas alimento para um renascer cheio de esperança. E ao choro covarde da desistência premia com a aniquilação da memória humana.

O mundo bate forte e só vence aquele que por mais que apanhe, resiste e não abre mão da sua dignidade.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ODIREITO DE FICAR CALADO! A PAZ DOS ACOMODADOS.


O Direito de Ficar Calado! A Paz dos Acomodados

José Angelo da Silva Campos



Nesta terra onde o órgão de acusação é o Fantástico, o tribunal impõe a pena do esquecimento e o silêncio é o seu melhor aliado, esse direito se torna obrigação.

Esse é o entendimento dos acomodados pacificadores de plantão, que assim professam sua fé:

Quem questiona não é filósofo, mas sim um chato. Quem denuncia não é cidadão, mas sim um frustrado que só quer prejudicar os outros. Quem se preocupa com o próximo não é o bom samaritano, mas sim o bicão que se mete no que não lhe compete. Se conselho fosse bom seria vendido e caro.

O herói é empreendedor, tem visão e expertise, sabe o momento certo de agir e tem sempre o foco no resultado. Ele dita regras e impõe suas vontades com o ardil e a sutileza plástica dos camaleões, convence as massas e absorve os dividendos.

Os “vilões”, desprovidos dos predicados característicos do herói, ou sucumbem ao poder e se fazem massa de manobra, ou aniquilam-se sob a depressiva exclusão social.

O silêncio pacifica o espírito e permite a cômoda posição de expectador, que coadjuvante, visualiza o moribundo, mas como o sacerdote, atravessa a rua na certeza de que um bicão há de se ocupar daquele percalço.

Ficar calado, omisso, submisso, explorado, sugado, usufruído, livre da peleia, alheio a tudo vendo o tempo passar.

Isso é viver tranquilo acomodado e poder exclamar sorridente:

- Que paz!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

JOVEM SÁBIO! PEIXE GRAÚDO!


Jovem Sábio! Peixe Graúdo!

José Angelo da Silva Campos



“mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar.” “Dá, pois, a teu servo, um coração obediente, capaz de governar seu povo e de discernir entre o bem e o mal.;” 1 Rs 3, 7.9



A juventude é um período da vida marcado pela ousadia, intrepidez e impulsividade. Ser ousado e intrépido também é qualidade de Cristão.

O verdadeiro cristão é sempre jovem. Um jovem ousado, sem medo, mas sábio.

Sábio para entender o Reino de Deus.

Sábio para radicalizar e ser firme no seu compromisso com a missão assumida no batismo.

Somos ousados e corajosos para assumir desafios; escalamos montanhas, sem saber aonde chegar e se conseguiremos voltar; aceleramos o carro ou a moto em estradas desconhecidas, confiantes de que não encontraremos qualquer obstáculo; mergulhamos no mar, certos de voltarmos ilesos; viajamos de avião, ônibus, carona, colocando a nossa vida nas mãos de um estranho.

Quanta fé que nós temos! Quanta coragem!

Somos convocados a assumir essa nossa coragem e fé radical nos ensinamentos de Jesus Cristo, para que vivamos sem temor o seu Amor, para que, com a mesma coragem que vivemos os desafios do dia-a-dia, assumamos radicalmente o Reino dos Céus em nossa vida.

Disse o Senhor:

“O reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam-no fora.” Mt 13,47-48

A rede foi lançada!

Livres do medo que envelhece e vivendo a eterna juventude de ser cristão, façamo-nos peixes graúdos!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

VIGIAI E ORAI EM TODO O TEMPO


“vigiai e orai em todo o tempo

José Angelo da Silva Campos



A máquina do tempo ainda não saiu das telas de vídeo nem das fantasiosas literaturas de ficção científica.

Nãocomo contar com ela para corrigirmos nossas ações e omissões que hoje apresentam resultados lamentáveis.

Ao que foi feito ou deixado de fazer não nos é dada nova oportunidade para acertar.

A vida apronta dessas com a gente. Ela oferece as opções, exige uma resposta imediata e, precisa como a matemática, retorna as conseqüências da nossa opção.

A misericórdia divina que nos acuda, pois, o “acasonão vai nos proteger, como disse o autor da música, enquanto nós andarmos “distraídos”.

Pensar no tempo perdido, naquilo que eu podia ter feito ou deixado de fazer ou feito diferente...

A hora é agora!

Ele chegou agora para você e disse:

- Dispa-se de tudo que encobre a sua vergonha e apresente a sua vida para Mim.

Você dirá:

- Senhor, aquilo que eu fiz e também o que eu deixei de fazer foi porque todo mundo agia assim e dessa forma eu agradava a todos. Não o fiz ou deixei de fazer por decisão minha, apenas agi como a maioria.

E Ele dirá:

- Eu não conheço esses outros dos quais você fala. Aqui estamos somente nós dois, portanto, o que foi feito, foi você quem o fez e o que não foi feito, foi você quem não o fez.

No batismo recebemos a missão de testemunhar Jesus Cristo ao mundo. Jesus cristo é Vida Plena, é Amor.

Não sabemos qual será o momento; mas sabemos que Ele chegará.

Estar sempre vigilante é nosso dever de cristãos para evitarmos que o mundo nos faça escravos.

Viver em oração é conduzirmos a nossa vida centralizada na pessoa de Jesus Cristo:

“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao Próximo como a si mesmo."

Não dá para consertar os erros do passado, maspara construir um presente sem repetir os mesmos erros ou criar novos.

Creia! Você pode!