Num
tempo de reflexão
José
Angelo da Silva Campos
É isso!
É necessário que nos direcionemos ao silêncio; que
busquemos o encontro com nosso “eu”, de uma forma em que sejamos capazes de
ouvir.
Ouvir!
Quanto tempo do nosso dia reservamos para ouvir?
Normalmente, ao primeiro sinal que nos apresenta a
manifestação de vida, seja num movimento, seja num som sem especificação, é
ativado no nosso cérebro um processo de resposta rápida, programado para, num
único ato, julgar e ofertar uma “sábia” palavra e, como consequência, em nada
aproveitar da experiência gratuita daquela manifestação de vida que nos foi apresentada.
Precisamos da luz. É a luz que permite o conhecimento das
formas, dos movimentos e das cores. Mas a luz também ofusca a visão do infinito.
Com tanta luz ao nosso redor, ficamos presos aos
conteúdos mais próximos de nós. Tornamo-nos viventes de um mundo pequeno e
finito, cuja razão da existência passa a ser efêmera e, por conseguinte,
dependente da alegria passageira dos prazeres e conquistas materiais.
Nos dirigindo à ausência de luz artificial, numa noite de "céu de brigadeiro", há a revelação do espetáculo de luzes do infinito.
Assim como o silêncio, a escuridão também nos permite
encontrar o verdadeiro sentido da vida.
Estamos num tempo de preparação para o encontro com o sentido
da vida, que é o Natal, onde o próprio Deus se revela e se faz um de nós, Emanuel
- Deus conosco, para que ao buscarmos o nosso eu, sejamos capazes de encontrar
a Ele.
No silêncio e na escuridão ouvimos e vemos a Palavra e a
Luz.
Que sejamos capazes de, a todo momento, buscarmos esse
encontro pessoal com a Razão da vida, no mais íntimo do nosso ser.
E assim, provocarmos uma rede de Paz, Amor e Esperança
neste barulhento e ofuscante mundo que vivemos.
Santo Natal e vida plena a todos!