Holocausto
à Prevaricação?
José
Angelo da Silva Campos
- Poderia ser
evitado?!
Indignado o
cidadão lança esta pergunta em tom de afirmação e a resposta não vem. Contam-se
as vítimas. Pessoas viram estatísticas. Jovens sonhadores não mais acordarão. Para
que serve essa tragédia além de trazer sofrimento e desespero?
Não pode ser
um holocausto oferecido ao deus da omissão e da prevaricação!
Mas pode ser
um sacrifício ocasional e santificador, capaz de transformar vítimas em eleitos
com entrada franca e direta ao mais sublime objeto do desejo humano, o Reino de
Deus.
Mas para que
esse horror se transforme em esperança, é necessário que saiamos do nosso
comodismo e passemos a agir sempre em prol da coletividade, buscando em tudo a
observância do respeito à dignidade humana.
Até quando
nossos governantes brincarão de administrar?
Até quando os
responsáveis por fazer cumprir as leis manter-se-ão acomodados neste estado de
letargia?
Até quando?
...... Até quando?
Se as coisas
estão da forma que se encontram, também é porque nós permitimos.
Seja por
descaso, seja por interesse pessoal, seja até sem motivo, o nosso silêncio
autoriza a ação putrefaciente dos aficionados pelo lucro fácil extraído do
sangue e do suor alheio.
Somos
coniventes confundindo em nossas mentes covardia com prudência.
Ser omisso
não é prudente, é covardia!
A lei existe,
já não é uma perfeição, pois até ser publicada sofreu com os açoites dos
feitores atentos em defender o interesse dos senhores de engenho.
Mas ela
existe e é o que temos para impor regras de convivência em nossa sociedade.
Sendo assim, democraticamente devemos obediência a elas e quando nos recusamos
a obedecê-las, devemos sofrer as punições também por elas previstas.
Para coibir a
infração da lei, foram criados órgãos responsáveis por vigiar e cobrar o seu cumprimento.
São esses
órgãos, dentre outros, a polícia, o Ministério Público, os vereadores, os
deputados e senadores, todos os fiscais, etc.
E por ordem
constitucional, são também responsáveis em exigir o cumprimento das leis, todo
cidadão, devendo denunciar aos órgãos competentes as infrações legais que tiver
ciência.
Cidadão é
aquele individuo que: como membro de um
Estado, usufrui de direitos civis e políticos garantidos pelo mesmo Estado e
desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos (Dicionário
Houaiss da língua portuguesa)
Infelizmente
os órgãos responsáveis pela fiscalização da cidadania estão em sua maioria contaminados
pela doença do “politicamente correto”, cujos sintomas provocam o receio de
desagradar a alguém com poderes de mando.
Fazer o certo
e falar a verdade, nem sempre agrada, porém deve ser sempre o nosso compromisso.
A tragédia
ocorreu longe de muitos de nós, mas aquilo que permitiu seu acontecimento está
presente no nosso dia-a-dia:
Observemos a
ação (ou omissão) dos fiscais municipais, estaduais e federais; dos promotores
de justiça; dos vereadores; dos policiais; dos deputados; etc. e respondamos
com sinceridade:
Podemos
confiar?
“Depois da
casa arrombada, fechadura nela”, diz o ditado popular, porém, também diz outro
ditado: “melhor prevenir que remediar.” Sendo assim, Vamos à luta e cobremos
das nossas autoridades uma fiscalização com autonomia e poder de polícia para
que a lógica natural se cumpra e os filhos enterrem seus pais.