segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A PELEIA DA VIDA


A Peleia da Vida

José Angelo da Silva Campos



O meu caminho é calçado pelas pedras das minhas atitudes e desvirtuado pelas curvas da minha omissão.

Prefiro a falsa fama de cavaleiro andante e sonhador a perecer no marasmo da covardia daqueles que esperam pelos heróis para obter suas conquistas.

A minha amizade não abona suas atitudes, seja reto e não sofrerá o incômodo da sinceridade.

A parrésia faz parte do meu perfil, pois aprendi a não temer a verdade, mesmo que por ela eu sofra na carne.

A sua covardia provoca em mim o pior dos sentimentos, a pena. A sua insistência em transformar-me em massa de manobra, total indiferença. A sua dor pela injustiça, a minha compaixão.

Nasci, sou guerreiro. Vivo, sou corajoso. Se para viver devo negar meus princípios, minha fé e minha coragem, prefiro a morte.

A vida é dádiva divina, aceita nossas derrotas pela nossa capacidade de sorver delas alimento para um renascer cheio de esperança. E ao choro covarde da desistência premia com a aniquilação da memória humana.

O mundo bate forte e só vence aquele que por mais que apanhe, resiste e não abre mão da sua dignidade.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ODIREITO DE FICAR CALADO! A PAZ DOS ACOMODADOS.


O Direito de Ficar Calado! A Paz dos Acomodados

José Angelo da Silva Campos



Nesta terra onde o órgão de acusação é o Fantástico, o tribunal impõe a pena do esquecimento e o silêncio é o seu melhor aliado, esse direito se torna obrigação.

Esse é o entendimento dos acomodados pacificadores de plantão, que assim professam sua fé:

Quem questiona não é filósofo, mas sim um chato. Quem denuncia não é cidadão, mas sim um frustrado que só quer prejudicar os outros. Quem se preocupa com o próximo não é o bom samaritano, mas sim o bicão que se mete no que não lhe compete. Se conselho fosse bom seria vendido e caro.

O herói é empreendedor, tem visão e expertise, sabe o momento certo de agir e tem sempre o foco no resultado. Ele dita regras e impõe suas vontades com o ardil e a sutileza plástica dos camaleões, convence as massas e absorve os dividendos.

Os “vilões”, desprovidos dos predicados característicos do herói, ou sucumbem ao poder e se fazem massa de manobra, ou aniquilam-se sob a depressiva exclusão social.

O silêncio pacifica o espírito e permite a cômoda posição de expectador, que coadjuvante, visualiza o moribundo, mas como o sacerdote, atravessa a rua na certeza de que um bicão há de se ocupar daquele percalço.

Ficar calado, omisso, submisso, explorado, sugado, usufruído, livre da peleia, alheio a tudo vendo o tempo passar.

Isso é viver tranquilo acomodado e poder exclamar sorridente:

- Que paz!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

JOVEM SÁBIO! PEIXE GRAÚDO!


Jovem Sábio! Peixe Graúdo!

José Angelo da Silva Campos



“mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar.” “Dá, pois, a teu servo, um coração obediente, capaz de governar seu povo e de discernir entre o bem e o mal.;” 1 Rs 3, 7.9



A juventude é um período da vida marcado pela ousadia, intrepidez e impulsividade. Ser ousado e intrépido também é qualidade de Cristão.

O verdadeiro cristão é sempre jovem. Um jovem ousado, sem medo, mas sábio.

Sábio para entender o Reino de Deus.

Sábio para radicalizar e ser firme no seu compromisso com a missão assumida no batismo.

Somos ousados e corajosos para assumir desafios; escalamos montanhas, sem saber aonde chegar e se conseguiremos voltar; aceleramos o carro ou a moto em estradas desconhecidas, confiantes de que não encontraremos qualquer obstáculo; mergulhamos no mar, certos de voltarmos ilesos; viajamos de avião, ônibus, carona, colocando a nossa vida nas mãos de um estranho.

Quanta fé que nós temos! Quanta coragem!

Somos convocados a assumir essa nossa coragem e fé radical nos ensinamentos de Jesus Cristo, para que vivamos sem temor o seu Amor, para que, com a mesma coragem que vivemos os desafios do dia-a-dia, assumamos radicalmente o Reino dos Céus em nossa vida.

Disse o Senhor:

“O reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam-no fora.” Mt 13,47-48

A rede foi lançada!

Livres do medo que envelhece e vivendo a eterna juventude de ser cristão, façamo-nos peixes graúdos!