terça-feira, 29 de maio de 2012

PALAVRAS.... PALAVRAS


Palavras... Palavras

José Angelo da Silva Campos



Belos poemas; palavras que emocionam; a escrita que salva; o texto que normatiza. Palavras, palavras e palavras.

Como são perigosas essas palavras.

A palavra satisfaz a falta de ação. A falta de ação se justifica na palavra.

Quem estabeleceu as regras que definem os limites do agir?

A filosofia nos assusta porque nos faz questionar aquilo que mais nos dói, a nossa omissão.

O mundo era dominado pela poder da força física. Porém, a inteligência do ser humano sobrepõe a essa força, dominando-a e tornando-a escrava das suas palavras.

A busca incessante pela igualdade de direitos aliada ao natural desejo pelo poder e status, faz do ser humano o poeta dos poetas. Manobra as palavras, agradando o ego dos sonhadores utópicos por um mundo justo na confecção de Leis e Tratados, que lidos por um extraterrestre a milhões de anos luz da nossa realidade, o faria pintar o retrato do paraíso como forma de representar o mundo que vivemos.

 Porém, veria que a linha que separa esse paraíso do inferno é o umbigo do agente que busca para si os direitos e empurra para os outros os deveres, numa sensação orgástica de ser deus, sensação esta desmantelada pela sua falta de capacidade de domínio sobre o tempo.

Direitos Humanos são todos os direitos de todos os seres humanos, sem distinção. Bonitas palavras que pedem algumas análises.

Direito, palavra de origem latina que poderia ser traduzida como seguir em linha reta, sem curvas, de forma objetiva no caminho mais curto entre dois pontos atingindo os objetivos sem desvios.

Humano, palavra de origem latina que significa próprio do homem, do indivíduo, daquilo que é indivisível, único.

O indivíduo, aquilo que não se divide, soma-se e multiplica-se formando coletivos e esses coletivos exigem regras que mantenham intactas as formas únicas, individuais de cada elemento desse conjunto, pois, pela característica indivisível de cada um, ao retirar de um indivíduo parte daquilo que é seu para transferir para outro, está sendo decretada a sua morte.

Portanto, por si só, Direitos Humanos significam a essência da vida, pois, sem retidão e respeito ao indivíduo nãoser humano.

As palavras que ditam as regras e que gritam os direitos veem-se sucumbidas pela força. Não mais pela força física então dominada pela palavra, mas pela força do ego.

Ego, palavra latina que significa simplesmente “eu”, mas subliminarmente trás em si todo um conjunto de desejos e pecados que, sem controle, extrapolam todas as barreiras dos regramentos do convívio.

O ego da sede do poder. O mal que está impregnado no DNA daqueles que sem senso de humanidade dividem o indivíduo transformando-o em peça dos seus joguetes pessoais.

As palavras se perdem no etéreo e o seu valor cada dia mais se restringe aos que ainda têm honra e que no seu uso pacificam os convívios humanos.

Tantas leis, tantas regras. E o poder extirpando a palavra.

O antídoto para curar esse mal que dominou a palavra pelo poder das suas mazelas, é o grito que sai do coração do indivíduo e invade o seio da humanidade gerando o poder do coletivo, cujo som ecoa longe e do povo passa a ser de Deus.


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