quarta-feira, 11 de julho de 2012

HUMANAMENTE POSSÍVEL


Humanamente Possível

José Angelo da Silva Campos





“...‘pois eu estava com fome, e me deste de comer; estava com sede, e me deste de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão e foste visitar-me.’ Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um desses mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,35-40)



A citação bíblica acima foi escrita por volta dos anos 60 por um discípulo de Jesus Cristo de nome Mateus e são creditadas como palavras do próprio Jesus Cristo. Nada melhor do que usar expressões tão fortes de respeito ao ser humano como pessoa, do que a palavra daquele que é considerado o próprio Deus por cerca de mais de noventa por cento da população brasileira, para falarmos em Direitos Humanos. Tais declarações confirmam a preocupação nata do ser humano quanto à preservação da sua espécie, e principalmente, a sua própria valorização no respeito à sua dignidade como pessoa e individuo, como algo que se busca desde o inicio dos tempos.

Ser indivíduo significa ser único e indivisível. O ser humano, somente é humano, quando em si comporta o brilho da vida associado à liberdade e a abundância dos insumos essências à manutenção dessa liberdade, quais sejam, saúde, livre pensar, expressar e andar, alimentação, laser, proteção e dignidade. Sendo o ser humano indivíduo, portanto indivisível, a ausência de qualquer insumo que o faça completo determina sua descaracterização como tal.

A nossa natureza provoca uma constante luta pelas conquistas, somos impelidos a buscar sempre mais, e isso também gera uma luta muitas vezes desumana pelo poder. Essa nossa característica aliada à nossa necessidade intrínseca de viver em sociedade, exige de nós a criação de normas objetivas que delimitem os espaços de cada individuo. surge o Direito como uma ciência que estuda a relação humana e provoca a criação de normas que visam trazer equilíbrio nesse confronto natural de forças desiguais, protegendo os mais fracos para que a solução dos conflitos de interesses seja equânime.

Na evolução histórica do nosso mundo, hoje temos Leis, Declarações, Tratados e Compromissos de chefes de Estado que protegem essa individualidade da pessoa humana. Porém, tudo está no papel. Da letra fria à prática, falta aquilo que a natureza inteligentemente nos ensina: Começar pequeno; formar boa base, e renovar sempre. Uma centenária árvore surge de uma semente miúda que na terra cria raízes, cresce viçosa e lentamente, renova suas folhas constantemente, adquire tronco viril e copa majestosa que produz sombra e frescor a todos que dela se aproximam, e lança novas sementes pelos frutos que dela nascem.

Aos Direitos Humanos falta nossa alma. Direitos Humanos não são utopias, porque falam de vida, e a vida não é sonho. Vida é ação contra a omissão. Omissão é covardia. Viver requer coragem, coragem para amar, coragem para servir, coragem para enxergar-se na pessoa daquele que sofre e abraçar a sua causa.

Portanto, Direitos Humanos têm a amplitude da existência humana, pois como escopo está a proteção à vida, e vida em plenitude.

Exercitar o respeito aos Direitos Humanos, não é função carente de ação divina, depende da atitude de cada um de nós e é humanamente possível.


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