quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ODIREITO DE FICAR CALADO! A PAZ DOS ACOMODADOS.


O Direito de Ficar Calado! A Paz dos Acomodados

José Angelo da Silva Campos



Nesta terra onde o órgão de acusação é o Fantástico, o tribunal impõe a pena do esquecimento e o silêncio é o seu melhor aliado, esse direito se torna obrigação.

Esse é o entendimento dos acomodados pacificadores de plantão, que assim professam sua fé:

Quem questiona não é filósofo, mas sim um chato. Quem denuncia não é cidadão, mas sim um frustrado que só quer prejudicar os outros. Quem se preocupa com o próximo não é o bom samaritano, mas sim o bicão que se mete no que não lhe compete. Se conselho fosse bom seria vendido e caro.

O herói é empreendedor, tem visão e expertise, sabe o momento certo de agir e tem sempre o foco no resultado. Ele dita regras e impõe suas vontades com o ardil e a sutileza plástica dos camaleões, convence as massas e absorve os dividendos.

Os “vilões”, desprovidos dos predicados característicos do herói, ou sucumbem ao poder e se fazem massa de manobra, ou aniquilam-se sob a depressiva exclusão social.

O silêncio pacifica o espírito e permite a cômoda posição de expectador, que coadjuvante, visualiza o moribundo, mas como o sacerdote, atravessa a rua na certeza de que um bicão há de se ocupar daquele percalço.

Ficar calado, omisso, submisso, explorado, sugado, usufruído, livre da peleia, alheio a tudo vendo o tempo passar.

Isso é viver tranquilo acomodado e poder exclamar sorridente:

- Que paz!

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