“Deus ama quem dá com alegria.” (2Cor 9,7)
José Angelo da Silva
Campos
“Certamente conheceis a generosidade de nosso
Senhor Jesus Cristo: de rico que era, tornou-se pobre por causa de vós, para
que vos torneis ricos, por sua pobreza.” (2Cor 8,9)
O
amor é a lei que nos vincula, é a ordem que encaminha a nossa transformação.
Transformados
pelo amor, somos capazes da graça de afeiçoarmo-nos a Jesus Cristo e, na
alegria do Santo Espírito, ver com os Seus olhos, ouvir com Seus ouvidos, falar
com Sua voz, viver em Jesus Cristo, enfim, sermos verdadeiramente cristãos.
Em
Cristo Jesus, participamos também da história da revelação de Deus. Deus de
Abraão, de Isaac e de Jacó, chamado Israel, cujos doze filhos são patriarcas
das doze tribos de Israel.
Os
levitas são membros da tribo de Levi e viviam como sacerdotes entre as tribos
de Israel e não tinham território próprio.
A
necessidade do sustento da tribo de Levi pelas demais tribos de Israel, fez
estabelecer o dízimo como uma lei
judicial que tem a sua justificativa expressa no versículo 29 do capítulo 14 do
Livro do Deuteronômio: “E vindo o levita
– que não tem parte nem herança como tu – o estrangeiro, o órfão e a viúva que
estivesse em tua cidade, eles comerão à saciedade, para que o Senhor teu Deus
te abençoe em todos os teus trabalhos.”. Porém, a antiga lei não tinha
estabelecido o dízimo apenas para o sustento dos ministros, mas também para
socorrer os pobres e necessitados.
Em
Jesus Cristo não se concebe o dízimo como uma lei que obriga o fiel a devolver
10% do fruto do seu trabalho.
Mas,
como tradição da Antiga Aliança renovada como Lei da graça, o amor que gera o
sentido de pertença ao Corpo Místico de Jesus Cristo (Igreja), nos impele à
Caridade e com ela, à alegria da generosidade do sustento das necessidades
materiais da Igreja, para “que ela possa
dispor do necessário para o culto divino,
para as obras de apostolado e de caridade e para a honesta sustentação dos seus
ministros.” (Código de Direito Canônico, Cân. 222, § 1º).
O
Senhor disse (Mt10, 9-10): “Não leveis
nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem,
nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu
sustento.” (Eis que cabe aos fiéis providenciar o sustento daqueles que
lhes anunciam o Evangelho.).
Portanto,
Deus ama quem dá com alegria. Com
alegria e generosidade. A generosidade está no desprendimento e no
comprometimento com a evangelização e a partilha, pois é da doação de si
próprio que a vida plena, ofertada por Jesus Cristo, estará ao alcance do
próximo.
Doando
sua vida e do fruto do seu trabalho o cristão oferece o dízimo, que perde o
sentido impositivo dos dez por cento e transforma-se no amor que doa na alegria
e sem medida.
“É bom lembrar: ‘Quem semeia pouco também
colherá pouco, e quem semeia com largueza colherá também com largueza’. Que
cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem
constrangimento, pois ‘Deus ama quem dá com alegria’”. (2Cor 9,6-7)
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