O que é a vida?
José Angelo da Silva Campos
Tudo depende dos parâmetros. Então,
a primeira pergunta a ser respondida é: o que é parâmetro? Parâmetro é uma
palavra de origem grega que significa medir uma coisa por outra, ou em paralelo
com outra.
Se usarmos como parâmetro a
biologia, uma visão científica (estudiosa) dos seres vivos em que a vida é algo
que se opõe à morte, ou seja, está restrita àquilo que é visível e justificável
pela razão: A vida humana seria apenas uma peça da composição fantástica do ecossistema,
favorecendo para a evolução e modificação do ambiente conforme suas ações
transformadoras, cuja participação dos seres humanos é, sem sombra de dúvidas, protagonista
por sua perigosa capacidade de mudar o ambiente natural provocando reações da
natureza, muitas vezes catastróficas.
Assim, a vida seria apenas uma
passagem sem origem e sem destino. Um composto de matéria com ações funcionais
mecânicas e automáticas e inexplicável capacidade de raciocínio misturada com
fortes doses de emoções e sentimentos.
Mas como tocamos em raciocínio,
emoções e sentimentos, podemos meditar o tema sob o parâmetro da filosofia.
Neste parâmetro, saímos um pouco do rigor exato da ciência biológica e
adentramos com amor (sentimento) à ciência, investigamos o conhecimento além do
visível, do palpável. A vida passa a relacionar-se com a busca de um sentido, é
a “psique”, palavra de origem grega
que significa ‘sopro de vida’, ‘alma’, que diferentemente da “bios”, que significa vida e se opõe à
morte, a oposição à “psique” seria o
desânimo, a falta de sentido.
Assim, vida seria algo mais
complexo, um pouco mais que um monte de matéria animada, mas a matéria
direcionada, dirigida por uma alma, um sentido além do mecanismo da circular
cadeia do ecossistema: nascer, viver, morrer, nascer, viver, morrer...
Passamos a pensar e vimos com isso
que somos seres pertencentes ao ecossistema, porém, não somos iguais aos demais
seres existentes. E a grande diferença não está no pensamento, na inteligência,
na nossa capacidade intelectual de criar e modificar as coisas. A grande
diferença está adstrita à alma. Incrível, mas sempre ouvi falar que a diferença
entre nós humanos e os animais era que nós temos alma e eles não. Hoje estou
convencido disso.
Pois a alma busca um sentido, uma
satisfação plena dentro do seu próprio plano existencial. O plano existencial
da alma não é o plano físico. Portanto tal satisfação não pode ser alcançada no
meio onde subsiste a “bios”, essa
vida que morre, então, aonde saciar a alma?
Os animais não têm crise
existencial, tudo que necessitam, há aqui na terra. O ser humano é um ser
insaciável, porque não há na terra algo capaz de satisfazê-lo plenamente,
sempre que procurar felicidade nas coisas do mundo, restará um vazio a ser
preenchido por algo que aqui não existe.
A satisfação, a felicidade, somente
se realiza com plenitude quando o ser humano encontra o seu destino, que nada
mais é do que a sua própria origem, o seu criador.
Esta é a pergunta que responderemos
sob um parâmetro transcendental:
De onde viemos e para onde iremos?
O que é a vida, senão essa busca
constante em reencontrar-se com a sua origem, atingir a plenitude nesse
magnífico encontro com a fonte e origem de tudo que há:
O Amor na sua essência, o próprio
Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário